ROV LUSO
O ROV Luso é um veículo de operação remota capaz de mergulhar até à profundidade de 6.000m. Para Portugal, representa a capacidade de alcançar e operar em 100% do leito oceânico sob soberania nacional (incluindo a futura área correspondente à extensão da plataforma continental) e 97% do fundo marinho à escala global.
O ROV Luso foi adquirido por Portugal em 2008, no âmbito do Projeto de Extensão da Plataforma Continental de Portugal (PEPC), com o objetivo de efetuar recolha seletiva amostras geológicas do fundo marinho, para a sustentação científica da submissão portuguesa apresentada às Nações Unidas em Maio de 2009. A aquisição deste equipamento, representa para Portugal a possibilidade de utilizar este meio de excelência para efectuar um conjunto ímpar de acções de investigação multidisciplinar, desenvolvimento e inovação.
O Luso fez a sua primeira missão em 2008, tendo desde aí efectuado dezassete campanhas oceanográficas focadas no mar profundo.
Figura 1 - ROV Luso
Figura 2 - Campanhas ROV realizadas de 2008 a 2022 no âmbito do Projeto de Extensão da Plataforma Continental de Portugal
O principal objectivo destas campanhas consistiu na recolha seletiva de amostras geológicas do fundo marinho, para o PEPC, bem como de recolha de informação para o projeto M@rBis (Sistema de Inventariação para a Biodiversidade Marinha) através da amostragem e inventariação, através de análise de imagem de alta definição, de espécies biológicas em locais onde a informação é muito escassa ou mesmo inexistente.
Para além das campanhas efetuadas no âmbito nacional, o ROV LUSO iniciou em 2014 campanhas de âmbito cooperação internacional de apoio à investigação científica, como em 2014 na zona do golfo de Cádiz e Canárias, 2018 no Mediterrâneo e 2019 na Crista Média Atlântica e Mediterrâneo e em 2021 no arquipélago de Cabo Verde.
Em todas as campanhas oceanográficas organizadas pela EMEPC existe uma equipa multidisciplinar de investigadores de diversas universidades nacionais e internacionais e institutos públicos ou privados, abrangendo diversas áreas de investigação marinha, tais como a geologia, geofísica, oceanografia e macro e microbiologia. A equipa científica embarcada tem assim a oportunidade de efetuar a sua própria investigação aplicada enquanto assiste à execução dos mergulhos ROV. Este ambiente colaborativo pretende maximizar o potencial decorrente do tempo de navio em operação no mar, nomeadamente no que diz respeito à aquisição de dados e criação de conhecimento científico em cada uma das campanhas oceanográficas.
O ROV conta já com 300 mergulhos efetuados, num total de 1398 horas de operação, tendo atingido uma profundidade máxima de 3512m em 648 dias de campanha.
(dados atualizados em Outubro 2024)
Infraestruturas
O pavilhão dos equipamentos operacionais da EMEPC foi construído em 2010, com o objectivo de proporcionar uma infraestrutura que permita albergar todos os equipamentos pertencentes à EMEPC, em especial o sistema do ROV LUSO, bem como proporcionar condições para efetuar a sua manutenção e desenvolvimento.
Esta infraestrutura contém zonas de trabalho para mecânica, hidráulica e electrónica, uma zona de armazenamento de equipamento, um tanque de testes com 4 m de profundidade e um pórtico de carga com capacidade de 2,5 Ton. Tem ainda como instalações de apoio, dois pequenos laboratórios (um seco e um molhado) fundamentalmente dedicados à biologia e geologia, bem como um gabinete de trabalho. Consulte a galeria de imagens.